A letra invisível
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A letra invisível

Hoje é Dia Internacional do Orgulho LGBT e eu estou aqui para lembrar que “o B não é de Biscoito”.


Essa expressão, muito comum no meio bissexual, serve para lembrar que não existe só gay, lésbica e trans na sigla. Porque ser LGBT não é só o que se aparenta: é uma questão de subjetividade.


Quantas vezes reproduzimos a ideia de que, se uma pessoa não é hétero, ela é homossexual? De que, se um homem tem namorado, uma mulher jamais terá chance com ele? De que cultivar um determinado estilo de aparência significa, necessariamente, não se relacionar com pessoas de um determinado gênero?


De que a pessoa bissexual é indecisa ou está apenas passando por uma fase - o que, mesmo se for verdade para aquela pessoa específica, não invalida a experiência dela e nem a de qualquer outra pessoa bissexual?


E quantas vezes usamos expressões como “casal gay” ou “casal de lésbicas” sem saber a real orientação sexual daquelas pessoas, reduzindo-as a como se relacionam com outras. Como se não fossem completas em si mesmas.


Se você leu até aqui e está se perguntando o que tudo a isso tem a ver com Educação Linguística, já vou te dizer.



Em primeiro lugar, vale reforçar: bissexuais existem. Inclusive sem “aparentar”, muites de nós no armário, até mesmo sem admitir a possibilidade para si. Você muito provavelmente dá aulas para alguém que é bissexual.


E ignorar a existência desse grupo é uma violência que tem nome: bifobia.

Em segundo lugar, a esta altura você já sabe tão bem quanto eu que a língua é uma prática social. Que ela constrói e é construída por seres humanos em contato, e, portanto, carrega consigo as da ciência.


Pensei muito em publicar este pequeno texto no Dia da Visibilidade Bissexual, 23 de setembro. Mas achei incoerente denunciar o apagamento da nossa orientação sexual e contribuir para que ele siga ”invisível” no Dia do Orgulho LGBT.


Se você curtiu esta reflexão, eu te convido a ler o que já escrevi sobre bissexualidade antes, a se aprofundar na questão da linguagem neutra… e parar de reproduzir a ideia de que quem gosta de homem não pode gostar de mulher.


LGBT não é só gay, lésbica e travesti. Basta de bifobia.

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