top of page

Fora e dentro: equilíbrio

Foto do escritor: marina.grilli.smarina.grilli.s

Atualizado: há 1 dia

Outono, seu lindo
Outono, seu lindo

As passagens de estação são datas muito especiais para mim. Bruxa que sou, celebro as estações do ano porque enxergo na passagem do tempo o valor de viver. E viver não é algo que se faz no passado nem no futuro, mas no presente.


O equilíbrio perfeito entre dia e noite pode servir para nos lembrar que a vida é uma dança constante entre lazer e trabalho, entre movimento e pausa, entre estar só e estar bem acompanhada. Frio e calor, sol e chuva, inspirar e expirar.


Em dias como hoje, penso que ensinar também é sobre equilíbrio. Muito se tem falado sobre “disciplina positiva”, por exemplo, e há quem esqueça que não basta ser positiva: há de ser também disciplina. Criar as condições ideais para que a aprendizagem floresça, construir conhecimento de forma coletiva - e, durante tudo que isso envolve, manter explícitas as bases. Os objetivos. As regras.


Também penso no quão poderosa é a intenção decolonial quando voltamos a nos apropriar dos ciclos enquanto parte de quem somos. Falo de ciclos como uma interpretação da vida oposta ao "certo ou errado" que permeia tanta coisa, desnecessariamente.


Nossas e nossos ancestrais sabiam que certas forças podem ser conduzidas, mas jamais controladas. Que a intenção e o propósito são o caminho para a realização, mas que ninguém vive só sobre esta Terra, e o imprevisível está sempre à espreita.


E nós, que trabalhamos com língua? Sabemos que ela é uma força dinâmica que nasce no contato entre seres humanos e não precisa nem pode ser domada pela rigidez? Sabemos que permitir, validar, possibilitar e incentivar a expressão humana em todas as suas nuances é a serventia da língua, e deve ser nosso primeiro e único propósito enquanto profissionais da Educação Linguística?


Sabemos encontrar o equilíbrio entre treinar gramática até que o uso das estruturas se torne automático, e criar tempo para a expressão livre e genuína sem se limitar às convenções da norma?


Ou será que estamos nos perdendo dos ciclos? Encaixotando palavras e frases em blocos de cimento europeu, esmagando dizeres com o peso das páginas de exercícios que repetem frases totalmente desconectadas de quem somos?


Estamos ensinando língua para agradar quem está do lado de fora, sem pensar em quem fala a partir de dentro?


Que o outono nos traga sabedoria para encontrar o equilíbrio entre as múltiplas facetas da nossa profissão, pois é isso que vai gerar um relacionamento genuíno com os nossos alunos.


Esse é o meu caminho. Você vem?
Esse é o meu caminho. Você vem?

  • LinkedIn
  • Instagram

©2025 Além da Língua Educação Linguística Ltda. CNPJ 58.406.542/0001-49

Todos os direitos reservados. Proibida a cópia em qualquer circunstância.

bottom of page